ABS/PC – Blenda de Policarbonato + ABS

A ABS/PC – Blenda de Policarbonato + ABS é uma mistura de Policarbonato com Acrilonitrilo Butadieno Estireno (ABS) criada com o objetivo de combinar as excelentes propriedades mecânicas, resistência térmica e ao impacto do PC com a alta processabilidade e flexibilidade do ABS. O efeito sinergético dessa mistura resulta em excelente resistência ao impacto a baixas temperaturas, melhor do que a apresentada pelos dois termoplásticos individualmente.

A Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS), em inglês Acrylonitrile Butadiene Styrene, do qual deriva a sigla, é uma resina termoplástica derivada do petróleo, formada a partir da copolimerização de três monômeros:

  • Acrilonitrila: monômero sintético produzido a partir do hidrocarbonato propileno e amoníaco – de 15% a 30%;
  • Butadieno: alceno obtido a partir da desidrogenação do butano – de 5% a 15%;
  • Estireno: produzido a partir da desidrogenação do etilbenzeno – de 40% a 60%.

O plástico ABS serve como base de quase todos os materiais plásticos e é muito utilizado pela indústria devido à combinação das propriedades de cada um dos monômeros, que possibilitam a produção de diferentes tipos de materiais para diferentes fins.

Já o Policarbonato (PC) é um termoplástico considerado um dos principais polímeros de engenharia, ao lado da Poliamida (PA) e Poliacetal (POM). É obtido através da polimerização, processo no qual as pequenas moléculas são ligadas para formar macromoléculas – no caso, os polímeros.

As principais características do ABS são:

  • Boa resistência mecânica
  • Bom aspecto visual, associado com o alto brilho
  • Fácil moldabilidade sob altas temperaturas
  • Boa resistência ao impacto e à tração
  • Resistência química aceitável (pode ser aumentada dependendo da quantidade de Acrilonitrila na composição)
  • Baixo índice de absorção de água, permitindo bastante estabilidade dimensional
  • Alta resistência à abrasão
  • Elevado índice de rigidez e dureza
  • Cromável
  • Possibilidade de formação de blendas com outros polímeros
  • Grande variação de prioridades (entre os tipos de ABS)
  • Boas opções de acabamento
  • Ponto de fusão 175°C
  • Absorve umidade, assim como outros polímeros higroscópicos

Já o PC apresenta as seguintes características:

  • Ponto de fusão entre 225°C e 250°C
  • Transição vítrea em 145°C
  • Excelente resistência ao impacto
  • Alta resistência térmica
  • Boa resistência a intempéries
  • Excelente estabilidade dimensional
  • Baixa absorção de umidade
  • Resistente a raios ultravioletas
  • Dificuldade de propagação de chamas
  • Facilidade de usinagem
  • Moldável, injetável e usinável
  • Resistente à tração
  • Baixa contração no molde

BLENDA E COPOLIMERIZAÇÃO

As blendas são muito utilizadas na indústria dos polímeros por apresentar propriedades físicas superiores às dos polímeros puros. O processo consiste na mistura mecânica de plásticos diferentes sem que haja reação química entre eles – diferente da copolimerização, na qual dois polímeros são transformados em um.

O objetivo é obter materiais com balanço de propriedades mais equilibrado em situações nas quais os polímeros utilizados isoladamente não possam atender as necessidades. É uma excelente alternativa para o desenvolvimento de novos materiais, pois tem custo mais baixo do que a síntese de novos polímeros ou copolímeros.

Existem 3 tipos de blendas:

  • Imiscíveis: apresentam morfologia com separação de fase, alta tensão interfacial e fraca adesão entre as fases. As propriedades são baixas, e por isso uma série de compostos é utilizada para melhorá-las;
  • Compatibilizadas: blendas poliméricas imiscíveis com propriedades físicas macroscopicamente uniformes devido à interação química forte, proporcionando forte adesão entre as fases;
  • Miscíveis: blendas poliméricas com somente uma fase na estrutura.

O ABS possui alta compatibilidade química com outros polímeros, e por isso é um dos materiais mais utilizados em blendas como ABS/PC, ABS/PVC, ABS/PA, ABS/PMMA e ABS/PBT.

É importante frisar que nem todos os plásticos podem ser blendados, pois muitos não são compatíveis entre si e podem provocar danos aos equipamentos e até à saúde dos operadores. Durante o processo pode ocorrer a incompatibilidade, quando as propriedades finais são inferiores às dos polímeros puros constituintes, não gerando o efeito desejado para a sinergia.

CARACTERÍSTICAS DA ABS/PC – BLENDA DE POLICARBONATO + ABS

Além da facilidade de processamento com maleabilidade a temperaturas baixas, a blenda de Acrilonitrilo Butadieno Estireno com PC apresenta as seguintes vantagens:

  • Alta resistência ao impacto a temperaturas baixas
  • Resistência mecânica
  • Resistência a intempéries
  • Elevada rigidez
  • Boa processabilidade
  • Baixa contração
  • Elevada estabilidade dimensional
  • Facilidade para coloração e impressão
  • Propriedades antichamas

APLICAÇÕES DA ABS/PC – BLENDA DE POLICARBONATO + ABS

A blenda de ABS/PC é muito utilizada em indústrias nas quais a durabilidade e aparência do produto são fatores importantes na escolha do material para desenvolvimento. É ideal para aplicações que exigem temperaturas de deflexão elevadas (95ºC a 125ºC) e boa ductilidade, sendo adequada para produtos expostos a uma larga gama de temperaturas de serviço.

Seu uso é muito comum nas mãos de engenheiros e projetistas, principalmente prototipagem de ferramentas de força e fabricação de equipamentos industriais. A blenda trabalha com suporte solúvel, fazendo com que peças complexas com cavidades internas profundas não exijam esforço extra.

Indústria automobilística

  • Consoles
  • Porta-luvas
  • Painel de instrumentação
  • Pilares
  • Reforços
  • Assentos
  • Componentes estruturais

Indústria eletrônica

  • Carcaças de televisão
  • Carcaças de computador
  • Dispositivos portáteis
  • Carregadores
  • Painéis LCD
  • Teclados
  • Adaptadores
  • Celulares

OPÇÕES DE PROCESSAMENTO DA ABS/PC – BLENDA DE POLICARBONATO + ABS

A moldagem do ABS/PC – blenda de Policarbonato + ABS acontece pelo processo de injeção, no qual o material é aquecido até plastificar e, então, é injetado em um molde, no qual se solidifica e adquire sua forma, resultando no produto desejando.

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